sexta-feira, 6 de abril de 2018

APÓS JULGAMENTO NO STF COMANDANTE DO EXERCITO FICA EM SILÊNCIO

- Na sua primeira aparição pública após ter postado mensagens que foram interpretadas como uma pressão sobre ministros do STF, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, silenciou.
Logo após a solenidade de promoção de 36 novos generais no Clube do Exército nesta quinta (5), o comandante informou por meio de sua assessoria que não falaria com os jornalistas. Ele estava acompanhado dos ministros Joaquim Silva e Luna (Defesa) e Raul Jungmann (Segurança Pública) que, também procurados por jornalistas, disseram que não iriam se manifestar.
Na terça (3), véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STF, Villas Bôas publicou em rede social que é contrário à impunidade e que o Exército estava "atento às suas missões institucionais".
Um dos convidados para a solenidade no Clube do Exército, o general da reserva Antonio Hamilton Mourão disse que Lula, caso pudesse se candidatar e fosse eleito presidente, não teria "moral nenhuma" para comandar as Forças Armadas. Ele chamou o ex-presidente de ladrão e defendeu a manifestação de Villas Bôas na internet.
Mourão foi indagado por jornalistas sobre qual seria a reação das Forças Armadas caso o STF reveja a permissão para prisão em segunda instância e acabe permitindo uma candidatura de Lula.
"Eu vou dizer uma coisa muito clara: as Forças Armadas ficarão extremamente aborrecidas se nós no futuro tivermos um ladrão como comandante em chefe. Não é admissível isso", disse. "Imagina como é que nós vamos olhar 'que o nosso comandante é um ladrão'. Haverá uma insatisfação muito grande. Ninguém vai derrubar ele, mas ele não terá moral nenhuma para nos comandar."
Com histórico de declarações polêmicas contra o governo mesmo quando estava na ativa, Mourão defendeu a fala de Villas Bôas e o direito de o Exército fazer política. "Considero que o comandante, quando fala, fala em nome de todos, e todos coincidem com esse pensamento. Ele tem o direito de falar e deve. Porque uma coisa tem que ficar muito clara, o Exército é apartidário, mas não é apolítico. O Exército tem que fazer política."
Na solenidade de promoção dos novos generais, quem falou pelo Exército, como é tradição em eventos do gênero, foi o general Fernando Azevedo e Silva, chefe do Estado-Maior. Dirigindo-se aos novos generais, Silva disse que o país atravessa dias difíceis e conturbados

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