quinta-feira, 19 de abril de 2018

CANDIDATURA DE JOAQUIM BARBOSA TÊM GRANDE POTENCIAL

Fellipe Sampaio/ SCO / STF
Por José Antonio Lima (@zeantoniolima)
A primeira pesquisa eleitoral para a presidência após a filiação de Joaquim Barbosa ao PSB, divulgada pelo Datafolha no início da semana, é uma vitória para o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem fazer campanha, Barbosa chegou ao mesmo nível de intenção de voto de veteranos da política, como Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), e aparece com 9% ou 10% a depender do cenário. É um patamar que lhe permite iniciar a disputa em ótimas condições.
Por enquanto, Barbosa é uma espécie de Jair Bolsonaro civilizado. Enquanto o candidato do PSL defende arbitrariedades, Barbosa se notabilizou por “fazer justiça” dentro do sistema, e foi o principal responsável pela elaboração das teses jurídicas que culminaram com a condenação de dirigentes do PT no mensalão. Ter sido o Sergio Moro do passado é seu maior ativo atualmente.
A proximidade entre as duas candidaturas pode ser vista na pesquisa. Nos primeiros cenários do Datafolha, sem o ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro chega a seus maiores níveis de voto entre os eleitores com nível superior (21%) e com renda entre cinco e dez salários mínimos (28%) e mais de dez salários mínimos (29%). Nesses recortes, Barbosa também tem suas melhores votações e é o segundo colocado, à frente inclusive da vice-líder Marina Silva. A depender do caso, aparece em empate técnico com Ciro.
O potencial de Joaquim Barbosa vai muito além da pauta anticorrupção, no entanto. Ele pode ser genuinamente um candidato de centro. Trata-se de um centro que de fato consiga unir propostas para remediar a precária situação social brasileira, mas que também faça as necessárias reformas liberalizantes. O governo Temer tem tentado capitalizar sobre este “centro”, mas essa ideia picareta não convence a população – os 2% de intenção de voto para a turma governista na pesquisa deixam isso evidente.

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