sexta-feira, 11 de maio de 2018

O LADO NEGRO DA DITADURA MILITAR.

Arquivo
Por Matheus Pichonelli
“É o documento secreto mais perturbador que já li em 20 anos de pesquisa”, disse o professor de Relações Internacionais Matias Spektor, colunista da Folha de S.Paulo, em sua página no Facebook.
Ele acabava de divulgar um documento secreto de 1974, liberado pelo Departamento de Estado dos EUA, em que o chefe da CIA, a agência de inteligência americana, relatava que o ditador brasileiro Ernesto Geisel (chamado por alguns de “presidente”) aprovara, em reunião com a cúpula do regime, a continuidade da política de “execuções sumárias” de adversários.
Da reunião participava, entre outros, o chefe do Serviço Nacional de Informação e futuro ditador João Baptista Figueiredo.
Àquela altura o saldo de assassinatos promovido pelo Centro de Informações do Exército era de 104 pessoas.
“Pessoas, não, subversivos perigosos” dirão os viúvos do regime, muitos deles nascidos após a reabertura democrática, posicionados como pelegos  sobre o mantra de que a violência era o recuso recomendável para garantir a “ordem”.
Voltemos alguns passos na História (e na lógica).
Quando você aceita que um chefe de governo tem a prerrogativa de decidir sobre a vida e a morte de seus cidadãos, você dá a ele a prerrogativa de decidir quem é ou não subversivo.
Pode ser alguém distante de você – e se seu senso de justiçamento não alcança a dimensão da vida humana, que pode e deve ser julgada com amplo direito à defesa, talvez você mude de ideia quando o inimigo passa a ser você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário