quarta-feira, 9 de maio de 2018

PRÉ CANDIDATOS SE AQUECEM PARA AS ELEIÇÕES

O pré-candidato à Presidência pelo PDT Ciro Gomes, em Niterói, em 8 de maio de 2018
Uma dúzia de pré-candidatos às eleições presidenciais de outubro apresentaram nesta terça-feira (8) propostas para superar a grave crise vivida no Brasil, na ausência dos dois favoritos, Lula, que está preso, e Bolsonaro.
O painel, organizado em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, pela Frente Nacional de Prefeitos, foi impactado pelo anúncio de que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa não concorrerá nas eleições, que aparecem bastante incertas.
O ex-ministro, visto por muitos como um "salvador" capaz de aproximar diferentes universos, explicou no Twitter que sua desistência era de caráter "estritamente pessoal".
Se o centro e a direita carecem de candidatos fortes, a esquerda vive na incerteza, já que seu principal candidato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre há um mês uma pena de 12 anos de prisão por corrupção e está virtualmente impedido de disputar.
Mas o PT insiste que não tem um plano B, e Lula quis estar presente no ato por meio de uma carta enviada da prisão, em Curitiba, na qual afirmou que "só ouvindo e respeitando a vontade popular que o Brasil irá reencontrar o seu caminho".
- Votos do PT -
Um dos principais aspirantes a ocupar o espaço da esquerda, Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro de Lula e de Fernando Henrique Cardoso, fez um chamado ao "diálogo", mas assegurou que não está negociando com o PT.
"O PT tem candidato, tem repetidamente afirmado que tem candidato, e eu respeito isso com a minha alma, com o meu coração, com a minha cabeça, com o meu cérebro, com as minhas palavras, com as minhas intenções, com meus pesadelos, com os meus sonhos. Portanto, chega de intriga", afirmou.
Marina Silva, pré-candidata pela Rede e ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, foi prudente ao ser questionada se a desistência de Joaquim Barbosa melhorava sua situação.
"Estamos vivendo um momento muito difícil, de profunda crise econômica, política e de valores (...) Temos que refundar a República para ser um país socialmente justo, economicamente próspero, ambientalmente sustentável, culturalmente diverso e politicamente democrático", declarou.
Para a comunista Manuela d'Ávila, a decisão de Barbosa demonstra que há um caminho "muito longo" até a definição das eleições.
- Para a direita, uma ordem: crescer -
O deputado federal de ultradireita Jair Bolsonaro, segundo nas pesquisas com 15% das intenções de voto, não compareceu ao painel, que contou com 11 dos 20 dirigentes que têm a pretensão de se candidatar por algum partido.
Os candidatos de centro direita e de direita reafirmaram a necessidade de o Brasil consolidar seu crescimento, após viver a pior recessão das últimas décadas.
"Não tem solução se o Brasil não crescer (...) Temos que ter coragem de fazer reformas e mudanças", assinalou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e pré-candidato do PSDB, fazendo advertências ao governo do presidente Michel Temer, que cada vez parece menos disposto a se apresentar às eleições.
O painel foi aberto pelo presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia. O último a falar foi o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que conta com um amplo apoio dos mercados, mas só tem 1% das intenções de voto

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